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terça-feira, 29 de junho de 2010

Nosso Amor (por mim mesmo)



Eu queria achar um modo de descrever esse amor que sinto por você. Há 12 anos eu procuro, mas não consigo encontrar. Acho que é porque esse amor é singular, único, então não há relatos sobre um amor igual em lugar algum. Mesmo assim, por teimosia, vou tentar expressá-lo em palavras. Mas antes voltemos no tempo e na história.
No dia em que te vi pela primeira vez, você estava debruçada no balcão de atendimento da recepção do hospital municipal de Boquim – SE, sua terra de criação. Eu me lembro bem daquela menina de cachinhos dourados, corpinho perfeito e traços simples. Naquele momento uma pergunta ecoava dentro de mim – quem será essa jovem tão bela? – E, parecendo que alguém ouvira meu pensamento, uma colega técnica de enfermagem respondera – é a sobrinha de Jacó. Interessante, porque Jacó, funcionário antigo daquele hospital, nunca me falara de uma joia tão valiosa em sua família. (rsrs). Você estava aguardando ser atendida por mim. Que maravilha, iria conhecê-la mais de perto.
Ao chamar seu nome você entrou toda faceira no consultório, sorridente, brilhante, perfeita. Sua queixa era de dor na garganta, lembro-me muito bem, mas não pude deixar de realizar uma anamnese completa e um exame físico minucioso. Queria prolongar aquele momento mágico. Confesso que estava levemente taquicárdico, havia uma explosão de adrenalina dentro de mim. Ao final do exame, após entregar-lhe a receita médica, pus-me à disposição para eventuais revisões e você lançou uma afirmativa de que iria adoecer todos os dias em que eu estivesse de plantão. Aquilo foi a flecha do cupido. Meu coração fora fisgado, mordido, abraçado.
Claro que na semana seguinte esperei sua visita, você não apareceu. Pedi ao motorista da ambulância para ver se estava tudo bem, mas você havia viajado. Senti sua falta. Aquela menina loira não alegraria os meus olhos naquele dia.
Com o passar do tempo você foi aparecendo e sua visita já era rotina esperada nos meus plantões, agente conversava muito na porta do hospital, naquele banco de cimento, onde muitas vezes eu punha minha cabeça em seu colo e ficava imaginando o quanto você era formidável, simples, meiga e frágil. Passaram-se alguns meses e sentíamo-nos envolvidos um pelo outro. Eu lhe respeitava, conhecia os meus limites, mas imaginava, desejava e até conjecturava como seria ficar com você.
Até que veio o Natal do ano de 1997 e você apareceu naquele hospital com uma saia preta e uma blusa dourada. Estava ainda mais encantadora. Este dia foi fatídico, não resistimos um ao outro e nosso primeiro e tão desejado beijo aconteceu. Apesar dos meus 24 anos de idade, senti-me um adolescente de 14 anos em seu primeiro e tão ansiado beijo. Parecia tudo muito mágico, sua pele e seus pelos dourados, seu calor, hummm.
A partir daí, sua visita era ainda mais esperada, ficava inquieto e excitado só em imaginar que você viria, mas havia um pequeno problema, eu não era livre, não estava disponível para solidificar nosso sentimento. Mas eu precisava de você, sentia sua falta, sentia-me bem ao seu lado, eu queria você pra mim.
Quando você descobriu a verdade oculta sua reação foi muito interessante, criava-se um jogo, eu não seria o troféu, mas sim o vencedor. Minha relação com Valéria já não ia bem há tempos, nosso noivado foi uma espécie de fuga, duas vidas diferentes com expectativas diferentes tentando “encostar as ruas”. Você me resgatou de um grande erro. No dia 3 de outubro de 1998 finalmente oficializamos nosso namoro, agora eu estava livre, livre para amar e me entregar a você.
Quantas pedras existiram em nossos caminhos, quantas curvas, subidas e descidas. Mesmo assim essa estrada está no paraíso, se tivesse que descrever toda a nossa trajetória ela daria um best seller.
Algumas pessoas me questionam e se surpreendem porque sou o mesmo com ou sem você. Isso acontece porque ao seu lado eu não preciso ser mais nada além de mim mesmo, por isso estamos a tanto tempo juntos e muito bem juntos.
Entendo sua insegurança porque eu mesmo sei o quanto sou partilha e dedicação. É difícil entender um homem que aprecia tanto as amizades e se entrega tanto a elas, um homem que é capaz de amar intensamente e de tantas formas, sensível e ao mesmo tempo tão sólido. Sei que sou imprevisível, que sou louco, mas sou todo amor. E meu amor por você é único, é somente seu. Eu sempre lhe falo e mostro que apesar de você não me ter por inteiro minha melhor parte é sua. Eu sei, você sabe disso.
Não sou perfeito, amor, e dou graças a Deus por isso. Porque somente assim posso me reinventar a qualquer momento, posso me superar, posso me refazer. Somente assim existe o conserto depois do erro, a alegria depois da tristeza, o retorno depois da partida, o acordar depois do sono, o levantar após cair e a paz após a tempestade.
Somente assim eu posso ter você, amando e cuidando de você sempre. Nessa minha insanidade feliz.
Mas como dizia no início, é difícil descrever nosso amor. Porque entre nós existem vínculos afetivos mesclados entre o desejo, a fraternidade, a paternidade, o respeito e a compreensão. Somos uma porção de sentimentos bons que andam juntos de mãos dadas. Nossas vidas tem muito valor juntas. Não existe Alex Kid sem Betinha Kid.
Sem você sou um navio sem porto, uma palavra sem fonema, um poema sem versos, um deserto sem oásis, avião sem asas, a Terra sem o Sol, Maria sem Jesus, o dia sem a luz, a bomba sem a explosão, a planta sem a clorofila, a alegria sem sorrisos. Na verdade sem você eu não sou ninguém.
Eu te amo, Betinha. Eu complexamente AMO VOCÊ.

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