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sábado, 6 de agosto de 2011

Estou de volta

Após um longo tempo sem escrever, resolvi reviver meu humilde blog.
Em breve, novas postagens.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Eu

Sou o sutil sem sutileza
O belo sem beleza,
Uma noite de luar sem lua,
Uma árvore sem galhos,
Uma música sem ritmo,
Um sádico sem ódio,
E uma valsa em compasso binário.
Quisera ser o que não sou,
Fazer ódio com amor,
Receber o que não dou
E dar o que não recebo,
Escrever o que não sinto
E sentir o que não escrevo,
Ver o que não sou e ser o que não vejo;
Enfim, quisera ser a verdade da vida
E a vida da verdade.
(por Diomedes Santos da Silva, julho de 1973)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Dentro de você



Dentro de você eu te vejo
Colorida, furta-cor, brilhante,
Incandescente, ardente, fogo quiescente.
No espelho mil imagens refletidas,
Que se unem e se transformam
Na mais bela, teu retrato.
Dentro de você nada é vazio,
Uma porção de formas,
Geometria artística,
Surrealista, pós-moderna,
Sem dor, com amor,
Sentimento concreto,
Explícito, obtuso, reencarnado.
Dentro de você,
Eu me encontro
Nos mais variados tons
De azul e de amarelo.
Dentro de você
Existe um pedaço de mim.

...
Esse texto é uma resposta ao texto "Pedaços de mim, da amiga Prissila", postado abaixo.

“Pedaços de mim” (Prissilla Laiz, 2007)


Dentro de mim vejo
Me vejo,
Vejo vermelhos san­gues
Vermelhos que escorrem
Escorrem para o meu eu
Escorrem para a tela branca
Escorrem para o espelho
Para dentro de mim
Me vejo no espelho
Me escondo nas cores
Me escondo nas formas
Me vejo nas não-formas
Me vejo nas dores
Me escondo de mim
Me escondo nos meus pedaços
Pedaços coloridos
Pedaços abstratos
Pedaços de mim.

...
Este poema foi escrito pela minha artista plástica favorita.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Quem é amigo? - Arthur da Távola



Amigo é quem, conhecido ou não, vivo ou morto, nos faz pensar, agir ou se comportar no melhor de nós mesmos. É quem potencializa esse material. Não digo que laboremos sempre no pior de nós mesmos (algumas pessoas, sim) mas nem sempre podemos ser integrais para operar no melhor de nós. Há que contar com algum elemento propiciador, uma afinidade, empatia, amor, um pouco de tudo isso. E sempre que agimos no melhor de nós mesmos, melhoramos, é a mais terapêutica das atitudes, a mais catártica e a mais recompensadora. Esta é a verdadeira amizade, a que transcende os encontros, os conhecimentos, o passado em comum, aventuras da juventude vividas junto. Um escritor ou compositor morto há mais de cem anos pode ser o seu maior amigo.

Esse conceito de amizade, transcende aquele outro mais comum: a de que amigo é alguém com quem temos afinidade, alguma forma de amor não sexual, alguém com quem podemos contar no infortúnio, na tristeza, pobreza, doença ou desconsolo. Claro que isso é também amizade, mas o sentido profundo desse sentimento desafiador chamado amizade é proveniente de pessoas, conhecidas ou não, distantes ou próximas, que nos levam ao melhor de nós. E o que é o melhor de nós? É algo que todos temos, em estado latente ou patente, desenvolvido ou atrofiado. Mas temos. E certas pessoas conseguem o milagre de potencializar esse melhor. Sentimo-nos, então, fundamente gratos e de certa maneira orgulhosos (no bom sentido da palavra) por poder exercitar o que temos de melhor. Este melhor de nós contém sentimentos, palavras, talentos guardados, bondades exercidas ou não.

Amar, ao contrário do que se pensa, não perturba a visão que se tem do outro. Ao contrário, aguça-a, aprofunda-a, aprimora-a. Faz-nos ver melhor. Também assim é a amizade, forma de especial de amor, capaz de ampliar a lucidez e os modos generosos e compreensivos de ver, sentir, perceber o outro e sobretudo -se possível- potencializar os seus melhores ângulos e sentimentos.
Somos todos seres carentes de ser vistos e considerados pelo melhor de nós. A trivialidade, a superficialidade, as disputas inconscientes, a inveja, a onipotência, a doença da auto-referência faz a maioria das pessoas transformar-se em vítimas do próprio olhar restritivo. E o olhar restritivo é sempre fruto da projeção que fazem (fazemos) nos demais, de problemas e partes que são nossas e não queremos ver. E quantas vezes isso acontece entre pessoas que se dizem amigas. Essas pessoas (que se dizem amigas), ignoram certas descobertas do velho Dr. Freud e através de chistes passam o tempo a gozar o “amigo”, alardeando intimidade (onde às vezes há inveja) como prova de amizade. O que não é. Mesmo quando é...

Se se quiser medir o tamanho de uma amizade, meça-se a capacidade de perceber, sentir e potencializar o melhor do outro, porque somente essa atitude fará dele uma pessoa cada vez melhor e por isso merecedora da amizade que se lhe dedica.

Eu adoro voar


"Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!"

domingo, 5 de setembro de 2010

"CUIDA DE MIM"

Assim eu vejo o mundo, assim eu vejo as crianças, assim eu cuido de vocês, mas nem sempre espero que cuidem de mim assim.