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segunda-feira, 5 de julho de 2010

"O essencial é invisível aos olhos" (por mim mesmo)




                Se fôssemos todos cegos, surdos e mudos qual seria a melhor maneira de expressarmos nossos sentimentos?
                Com o toque das mãos, um abraço, com a ponta do nariz, com um encostar de pés, um roçar de corpos?
                Em todas as formas onde não existem palavras percebemos que a maneira mais fácil de estabelecer comunicação é com o toque. Então porque temos tanto medo de tocar as pessoas, abraçá-las, beijá-las, oferecermos carinho, colo, calor?
                O essencial não é somente invisível, como também inaudível e impronunciável.
                Padre Antônio Vieira já dizia que só se fala ao coração com obras. Então precisamos de gestos, atitudes e ações se desejamos chegar a qualquer coração.
                Culturalmente em nosso país não vemos homens se abraçando (a não ser em rodas de bebida e futebol) numa demonstração clara de afeto e amizade. Raramente beijamos a face de outro homem num gesto de carinho e gratidão. E, ainda assim, em se tratando do sexo oposto, existe sempre o preconceito do interesse secundário, das entrelinhas imaginárias. Se um homem abraça, beija a face ou oferece carinho a outra mulher é porque este a deseja. Assim é o pensamento comum machista ou feminista.
                Porque não podemos expressar rotineiramente nosso amor pelas pessoas? Quem afirmou ser isto um crime? Um Pecado? Segundas intenções? Nada disso! Senão eu já estaria condenado ao “fogo do inferno”. Se é que ele existe. Porque ainda acho que alguns limites foram criados para que o homem conservasse seu instinto animal quiescente dentro de si. Entretanto o efeito adverso disto é que ele também aquietou-se na forma de amar, sonhar, planejar e realizar. Eu, particularmente, sou todo inquieto.
                O essencial é realmente invisível aos olhos, ele só pode ser sentido, percebido com o coração. Por isso quero me misturar, trocar energia, tocar corações, ser presença, ser saudade e ser lembrança. Quero ser invisível. Quero ser coração.

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