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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Eu

Sou o sutil sem sutileza
O belo sem beleza,
Uma noite de luar sem lua,
Uma árvore sem galhos,
Uma música sem ritmo,
Um sádico sem ódio,
E uma valsa em compasso binário.
Quisera ser o que não sou,
Fazer ódio com amor,
Receber o que não dou
E dar o que não recebo,
Escrever o que não sinto
E sentir o que não escrevo,
Ver o que não sou e ser o que não vejo;
Enfim, quisera ser a verdade da vida
E a vida da verdade.
(por Diomedes Santos da Silva, julho de 1973)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Dentro de você



Dentro de você eu te vejo
Colorida, furta-cor, brilhante,
Incandescente, ardente, fogo quiescente.
No espelho mil imagens refletidas,
Que se unem e se transformam
Na mais bela, teu retrato.
Dentro de você nada é vazio,
Uma porção de formas,
Geometria artística,
Surrealista, pós-moderna,
Sem dor, com amor,
Sentimento concreto,
Explícito, obtuso, reencarnado.
Dentro de você,
Eu me encontro
Nos mais variados tons
De azul e de amarelo.
Dentro de você
Existe um pedaço de mim.

...
Esse texto é uma resposta ao texto "Pedaços de mim, da amiga Prissila", postado abaixo.

“Pedaços de mim” (Prissilla Laiz, 2007)


Dentro de mim vejo
Me vejo,
Vejo vermelhos san­gues
Vermelhos que escorrem
Escorrem para o meu eu
Escorrem para a tela branca
Escorrem para o espelho
Para dentro de mim
Me vejo no espelho
Me escondo nas cores
Me escondo nas formas
Me vejo nas não-formas
Me vejo nas dores
Me escondo de mim
Me escondo nos meus pedaços
Pedaços coloridos
Pedaços abstratos
Pedaços de mim.

...
Este poema foi escrito pela minha artista plástica favorita.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Quem é amigo? - Arthur da Távola



Amigo é quem, conhecido ou não, vivo ou morto, nos faz pensar, agir ou se comportar no melhor de nós mesmos. É quem potencializa esse material. Não digo que laboremos sempre no pior de nós mesmos (algumas pessoas, sim) mas nem sempre podemos ser integrais para operar no melhor de nós. Há que contar com algum elemento propiciador, uma afinidade, empatia, amor, um pouco de tudo isso. E sempre que agimos no melhor de nós mesmos, melhoramos, é a mais terapêutica das atitudes, a mais catártica e a mais recompensadora. Esta é a verdadeira amizade, a que transcende os encontros, os conhecimentos, o passado em comum, aventuras da juventude vividas junto. Um escritor ou compositor morto há mais de cem anos pode ser o seu maior amigo.

Esse conceito de amizade, transcende aquele outro mais comum: a de que amigo é alguém com quem temos afinidade, alguma forma de amor não sexual, alguém com quem podemos contar no infortúnio, na tristeza, pobreza, doença ou desconsolo. Claro que isso é também amizade, mas o sentido profundo desse sentimento desafiador chamado amizade é proveniente de pessoas, conhecidas ou não, distantes ou próximas, que nos levam ao melhor de nós. E o que é o melhor de nós? É algo que todos temos, em estado latente ou patente, desenvolvido ou atrofiado. Mas temos. E certas pessoas conseguem o milagre de potencializar esse melhor. Sentimo-nos, então, fundamente gratos e de certa maneira orgulhosos (no bom sentido da palavra) por poder exercitar o que temos de melhor. Este melhor de nós contém sentimentos, palavras, talentos guardados, bondades exercidas ou não.

Amar, ao contrário do que se pensa, não perturba a visão que se tem do outro. Ao contrário, aguça-a, aprofunda-a, aprimora-a. Faz-nos ver melhor. Também assim é a amizade, forma de especial de amor, capaz de ampliar a lucidez e os modos generosos e compreensivos de ver, sentir, perceber o outro e sobretudo -se possível- potencializar os seus melhores ângulos e sentimentos.
Somos todos seres carentes de ser vistos e considerados pelo melhor de nós. A trivialidade, a superficialidade, as disputas inconscientes, a inveja, a onipotência, a doença da auto-referência faz a maioria das pessoas transformar-se em vítimas do próprio olhar restritivo. E o olhar restritivo é sempre fruto da projeção que fazem (fazemos) nos demais, de problemas e partes que são nossas e não queremos ver. E quantas vezes isso acontece entre pessoas que se dizem amigas. Essas pessoas (que se dizem amigas), ignoram certas descobertas do velho Dr. Freud e através de chistes passam o tempo a gozar o “amigo”, alardeando intimidade (onde às vezes há inveja) como prova de amizade. O que não é. Mesmo quando é...

Se se quiser medir o tamanho de uma amizade, meça-se a capacidade de perceber, sentir e potencializar o melhor do outro, porque somente essa atitude fará dele uma pessoa cada vez melhor e por isso merecedora da amizade que se lhe dedica.

Eu adoro voar


"Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!"

domingo, 5 de setembro de 2010

"CUIDA DE MIM"

Assim eu vejo o mundo, assim eu vejo as crianças, assim eu cuido de vocês, mas nem sempre espero que cuidem de mim assim.

Felicidade com prazo de validade?


Você se apaixonou novamente! Que ótimo! Sentiu todos os sintomas do apaixonamento, ficou mais leve, mais bobo, mais esperançoso e já fez cem-mil planos a dois. E olha que foi apenas uma tarde! A gente é bem capaz disso mesmo. E acho super positivo que tenhamos recursos para nos entregarmos dessa forma, pois não são todos que conseguem. Mas o fato é que o sortudo que te conquistou tem uma viagem marcada para um lugar bem distante e manter um namoro assim é quase impossível. E você, no auge da sua negação de ser infeliz, não quer nem começar a se entregar. Mas quando você nega a infelicidade e o sofrimento, está negando também a possibilidade de ser feliz. Quais as suas certezas além de um bilhete de passagem? E em quatro meses muita coisa pode acontecer: vocês podem namorar, podem se mudar de cidade, podem mudar de planos, podem se paixonar por outras pessoas, investir no sentimento de vocês, esquecer aquele encontro no metrô e tantas outras coisas. Haja fôlego para tantas possibilidades em quatro meses! E você só olhando para dezembro?
É bem verdade que todo relacionamento (o ficar, o namoro, o casamento ou o que quer que seja) tem o seu dia de início e o seu dia final. Ou seja, toda relação tem o seu prazo de validade. Ele acaba fisicamente, mas no nosso coração isso atravessa muitos anos e nunca deixa mesmo de nos constituir. Sendo assim, não vamos tratar da questão como se houvesse um fim certo e este fim tenha uma data para acontecer e depois você se afogará em lágrimas para sempre. Não! A vida não nos dá a garantia da infelicidade certa e nem da felicidade certa! Se você não tentar, vai continuar sofrendo, sozinho e achando que a vida foi injusta. Se você entrar de cabeça, pode sofrer, mas também pode ser muito feliz também, pode ver nesse tempo (no mínimo quatro meses) uma chance de seus olhos brilharem novamente e você perceber sim que pode amar muitas e muitas vezes (essa ou outra pessoa). Privar-se do sofrimento não te impedirá de sofrer. Quando estamos em uma relação não importa muito até quando ela vai durar, mas sim o modo como ela vai durar.
Aproveite, pois não é todo dia que o metrô nos traz um presente tão especial!
(Fabio Scorsolini)

A menina da minha imaginação


Ela dança, corre, pula e sorri. Olha pra mim, nada me diz, apenas me abraça e se entrelaça e me deixa sentir seu carinho por mim.
Tão surreal, sua pele branca macia, seus pelos escuros, seu sorriso largo, seu cabelo longo...
A menina da minha imaginação é uma mistura de pecado e magia, de ternura e sedução, de menina e mulher, do amor e da paixão. É fatal e ao mesmo tempo angelical. Inteligente, perspicaz, inquieta...
Ah, quando ela me abraça e quando me olha então, fingindo nada sentir, fingindo eu não ser nada, respirando em pausa, pensando no que vai dizer...
A menina da minha imaginação não existe realmente, eu a inventei há 1 ano, só que tento reinventá-la ou deletá-la, mas simplesmente não consigo, ou ela não deixa, solidificou no meu pensamento, virou sonho, virou tormento, deixa pra lá, vou arquivá-la, já que não consigo desfrutá-la.

Priscila e Cláudia



Quando me preparei para ir ao “Criança 2010” pensei, lá vou eu pra mais um congresso solitário, vou sentar-me, ouvir os palestrantes olhar para os lados e não encontrar nenhum colega pra discutir os assuntos e ir visitar os stands.
Eu estava era errado. Primeiro porque, ao embarcar no aeroporto de Aracaju, encontrei Dra. Andréia Franco, uma das maiores pediatras do estado de Sergipe, acompanhada do seu esposo Ehard, excelente companhia pra todos os momentos. Mas não foi essa a surpresa maior, apesar de este casal ter me proporcionado agradáveis momentos desde o último dia do evento até o retorno pra casa quando não paramos de sorrir ao lado do colega pediatra Huf que também encontramos por lá.
 A surpresa maior foi ter conhecido duas simpaticíssimas colegas, a Cláudia Bulhões e a Priscila Mimary. Que presente! Em 37 anos de vida e 13 de profissão nunca imaginei conhecer num evento médico duas colegas com tanta afinidade, agente assistia às mesmas aulas juntos, sentava juntos, visitava aos stands juntos, concorria aos sorteios juntos, lanchava juntos, fazia compras juntos, passeava juntos, fizemos o tour pela cidade juntos, enfim ficamos coladinhos o tempo todo, só nos separávamos na hora de dormir (rsrs).
Confesso que esperei mais deste congresso no sentido da programação científica, mas acabei me surpreendendo muito e ganhando muito mais no sentido social. Conheci o hospital Pequeno Príncipe, sonho realizado. Conheci Claudia e Priscila a maior surpresa de todo o congresso. Fortaleci laços de amizade com Andreia, seu esposo e com Huf.
Então eu vou dar nota 10 pra este evento e me preparar pra reencontrá-los todos no curso da Nestlé em maio de 2011, na mesma cidade.
Tomara que essa data chegue rapidinho, até lá ainda vou ver muito minha colega Andréia, Ehard e Huf, é claro.